Acabou o sonho da selecção nacional; Espanha de novo na final, depois de eliminar um grande Portugal (apenas nas grandes penalidades)

Portugal 0-0 (2-4 nas g.p.) Espanha

Acabou o sonho de Portugal em chegar à final do Europeu, depois de cair perante a Espanha na marcação das grandes penalidades. Foram 120 minutos de sofrimento, com uma selecção nacional bastante personalizada na forma como conseguiu anular a forte selecção espanhola. Durante os 90 minutos não houve claras oportunidades de golo, a Espanha, depois, esteve melhor no prolongamento, mas foi a sorte a decidir o rumo dos espanhóis para final.

Portugal entrou melhor na partida e conquistou dois pontapés de canto logo no início de jogo, mas a selecção espanhol respondeu de pronto. Boa jogada de Iniesta e remate perigoso de Arbeloa. Passado este susto, a selecção portuguesa acertou nas marcações e com a pressão sobre o portador da bola, não deixou a Espanha criar jogadas de perigo para a baliza de Rui Patrício. Algumas recuperações de bola no meio campo espanhol, permitiram a Portugal criar lances de perigo (Ronaldo rematou perto do poste de Casillas), mas a partida chegou ao intervalo sem golos. Na segunda parte, mais do mesmo. Pressão alta de Portugal, Espanha em dificuldades para construir jogo e a selecção nacional a aproveitar as transições rápidas. Por três ocasiões, Hugo Almeida teve oportunidade para rematar, mas falhou sempre o alvo. A entrada de Fàbregas, aos 54 minutos, fez com que a Espanha começasse a criar mais perigo, ainda que a defesa portuguesa tenha conseguido impedir que "nuestros hermanos" chegassem ao golo. Do outro lado, Portugal ia ganhando faltas, contudo, Ronaldo não conseguiu direccionar bem o seu remate. No último minuto, surgiu a melhor ocasião de golo para Portugal. Raul Meireles conduziu o contra-ataque, passou para Ronaldo (o passe saiu um pouco mal direccionado), mas o avançado português não conseguiu rematar na direcção da baliza. No prolongamento, a Espanha esteve mais forte e criou duas ocasiões de golo. Iniesta rematou dentro da área, para grande defesa de Rui Patrício, o mesmo acontecendo com Navas (o guarda-redes português voltou a revelar segurança). Nas grandes penalidades, Portugal até começou melhor (Patrício defendeu o remate de Xabi Alonso), mas João Moutinho falhou logo de seguida (defesa de Casillas). A Espanha foi concretizando a suas, Bruno Alves rematou à trave e Fàbregas marcou o golo decisivo (remate colocado e com toda a sorte do mundo, a bater no poste e a entrar...). Ponto final na brilhante carreira de Portugal no Euro 2012. 

Destaques:

Portugal - Para 95% dos portugueses era impensável chegar às meias-finais. Mas o grupo de Paulo Bento calou os críticos, superou o chamado grupo da "morte" e apenas foi eliminado pela campeã europeia e Mundial nas grandes penalidades. Uma prestação espectacular que apenas deve deixar orgulhosos os portugueses. 

Paulo Bento - Jogou com a táctica habitual, mas incutiu maior capacidade de pressão na equipa nacional. A partida de Portugal foi perfeita do ponto de vista defensivo, faltando apenas maior qualidade no ataque. O treinador português optou pelas substituições habituais, mas parece que Portugal ficou a perder com isso (quanto ao VM, devia ter colocado Varela no lugar de Almeida e deslocar Ronaldo para o meio, lugar onde jogou no prolongamento). Nos últimos minutos do prolongamento, poderia ter optado perfeitamente por Hugo Viana ou Quaresma (em vez de Varela), jogadores que dão garantias na marcação das grandes penalidades.

Espanha - A selecção espanhola foi incapaz de fazer o tiki-taka, incapaz de criar grandes ocasiões de golo (apenas no prolongamento) e incapaz de chegar ao golo em 120 minutos de jogo. Do ponto de vista defensivo, La Roja esteve em bom nível (Ronaldo raramente assustou de bola corrida), com Sergio Ramos a mostrar grande qualidade (foi considerado o melhor em campo). Depois, a sorte protegeu "nuestros hermanos" nas grandes penalidades (a trave e o poste estiveram com La Roja). Destaque para o elevado número de passes falhados e para o lançamentos longos para o ataque (pouco habituais na selecção espanhola). 

João Moutinho - Foi o melhor jogador português em campo... sem bola. Pressionou, recuperou a bola, ocupou de maneira brilhante o espaço, mas com bola não esteve particularmente bem. Não construiu, não fez posse, assistiu mal Nani numa das melhores transições ofensivas de Portugal e ainda falhou a grande penalidade (o 1-0 podia ter mudado a nossa sorte). 

Pepe/Bruno Alves - O central do Real Madrid esteve novamente imperial, quer a nível do corte, quer nas dobras aos laterais. Bruno Alves esteve igualmente em bom nível, mas mostrou pouca confiança na hora de marcar a grande penalidade (terá sido fatal...). 

Fábio Coentrão/Miguel Veloso - O lateral esquerdo esteve num nível elevado, quer na defesa, quer no apoio ao ataque. Veloso mostrou grande capacidade de pressão (estava encarregado de anular Xavi e conseguiu) ao longo dos minutos em que esteve em campo. 

Rui Patrício - Tocou bastantes vezes na bola, tal foram a quantidade de passes dos seus colegas de defesa e guardou-se para o prolongamento (não foi testado nos 90 minutos). Fez duas grandes defesas, empurrou Portugal para a decisão das grandes penalidades e quase foi o herói português no desempate da "lotaria" (defendeu a 1ª e esteve perto de anular mais duas). 

Ronaldo/João Pereira - O avançado português deu muito jogo na frente, mas não esteve feliz ao nível do remate (tentou muitas vezes mas não acertou nenhuma vez na baliza de Casillas); já o lateral direito esteve seguro até à entrada de Pedro (depois sofreu muito com o extremo do Barça); 

Hugo Almeida/N. Oliveira - Portugal perdeu força com a saída de Hugo Almeida. Pode ter sido coincidência devido ao desgaste da equipa, mas a verdade é que o avançado batalhou, estorvou, condicionou a saída de bola da Espanha e com Nélson Oliveira isso deixou de acontecer.

Nani - Do ponto de vista defensivo esteve bem, contudo, faltou aparecer o melhor Nani da Premier League e da fase de qualificação. Definiu quase sempre mal na frente e raramente conseguiu desequilibrar.

Etiquetas: , ,