Leões conseguem objectivo mínimo e vencem a 1ª mão os quartos-de-final da Liga Europa; Cautela, boa 2ª parte e exibição de Patrício travam a mais-valia do Metalist em termos técnicos e de velocidade

Sporting 2-1 Metalist (Izmailov 51´e Insúa 64´; Cleiton Xavier 90 + 1 g.p.)

O Sporting conquistou uma vitória na 1ª mão dos quartos-de-final da Liga Europa, frente aos ucranianos do Metalist. Uma vantagem curta para a visita à Ucrânia, devido ao golo tardio de Cleiton Xavier. Tal como o VM afirmara no dia do sorteio, o Metalist mostrou ser uma equipa perigosa, muito técnica e com jogadores rápidos. Os leões entraram cautelosos, contudo, uma entrada forte na 2ª parte, permitiu ao Sporting chegar aos dois golos de vantagem. No ranking da UEFA, Portugal afastou-se definitivamente da França (a não ser que o Ol. Marselha vá a Munique dar a volta ao 0-2) e o Sporting subiu ao 20º lugar a nível de clubes (os leões aproximaram-se do melhor registo europeu dos últimos 5 anos).

Quanto à partida, o Metalist começou melhor, com um grande envolvimento de todo o seu meio campo na construção de jogo. Os sul-americanos deste sector mostraram grande qualidade no passe e uma técnica acima da média, contudo, nunca conseguiram assustar Rui Patrício. O primeiro remate direccionado a uma baliza só aconteceu aos 31 minutos, através de Carriço, mas sem perigo para Goryainov. No segundo tempo, o Sporting cauteloso, passou para um Sporting ofensivo e mais intenso. Os leões tiveram uma entrada perfeita e marcaram por duas ocasiões. Primeiro Izmailov a concluir uma boa jogada de Capel e Insua e, depois, o lateral argentino a rematar certeiro, na sequência de um livre em zona frontal. Para além dos golos, os leões tinham o perigoso Metalist sobre controlo, até à entrada de Devic. O avançado ucraniano foi a referência que tinha faltado ao Metalist e a partir da sua entrada, Rui Patrício foi obrigado a aplicar-se (três excelentes intervenções e ainda outra que foi anulada por fora-de-jogo de Devic). O Sporting respondeu no contra-ataque e podia mesmo ter chegado ao 3º golo, contudo, foi mesmo o Metalist a reduzir em cima dos 90 minutos, numa grande penalidade convertida por Cleiton Xavier.

Destaques:

Sá Pinto - Analisou bem o adversário e percebeu que o Sporting mesmo a jogar em casa teria de ser humilde (sem bola) para levar de vencida este conjunto, devido à mais-valia dos ucranianos em termos técnicos e de velocidade. Os leões foram cautelosos na 1ª parte, tentaram evitar as transições do adversário, e no 2º tempo incutiram outra intensidade nos movimentos ofensivos. A estratégia resultou e apenas o golo sofrido nos descontos penaliza o resultado do clube leonino. Sem Carriço na 2ª mão, aliás já neste jogo fez falta para substituir o português a maior velocidade e intensidade de Rinaudo no meio campo será fundamental para o Sporting.

Metalist - Confirmou tudo o que o VM tinha referido na antevisão. Um conjunto recheado de excelentes elementos (o facto de ter um orçamento superior ao Sporting explica muito) com jogadores muito velozes e com uma técnica superior, mas que em termos defensivos apresenta algumas lacunas. Os ucranianos pelo perigo que criaram, pelas suas movimentações ofensivas e pela dinâmica que incutiram justificam o golo. Torsiglieri e Gueye foram acumulando faltas; Torres encheu o meio campo com a sua capacidade em recuperar a bola; Cleiton Xavier foi dos melhores elementos na 1ª parte; Taison o melhor do Metalist, com a sua velocidade criou muitas dificuldades a João Pereira; Sosa demonstrou a razão de ser titular na selecção Argentina; Cristaldo criou problemas aos centrais leoninos com a sua velocidade e técnica; e Devic entrou e acabou por ter um papel decisivo, não só pela maneira como ganhou o penalti mas pelo seu trabalho de avançado (sabe jogar melhor com os apoios e decide melhor).

Rui Patrício - Melhor elemento do Sporting. Três intervenções de grande nível (quase impossíveis) a remates de Cristaldo, Devic e Sosa a juntar a outras de bom nível que foram segurando um resultado (não sofrer golos) que seria essencial para os leões.

Sporting - Conseguiu uma série de sete vitórias consecutivas em casa nesta edição da Liga Europa (100 por cento de aproveitamento) e igualou o recorde das competições europeias dos últimos nove anos. Em 2002/03, o Barcelona ganhou sete jogos seguidos em Camp Nou na mesma temporada, na Liga dos Campeões. Além disso, este triunfo permitiu aos leões aproximarem-se do melhor registo europeu dos últimos 5 anos e chegar ao top-20 europeu. A vitória de hoje deixa tudo em aberto e, mesmo com o golo sofrido, o clube leonino apresenta todas as condições para superar o Metalist (na Ucrânia vários resultados favorecem os leões) e defrontar o Athletic Bilbao nas meias-finais.

Daniel Carriço - Fez uma exibição para Paulo Bento ver. O médio defensivo foi dos melhores elementos do Sporting. Intensidade, forte na recuperação de bola e ainda uma presença interessante no ataque (na 1ª parte fez os únicos remates dos leões). O clube leonino sentiu a sua saída, mas as faltas que fez e a dinâmica ofensiva do Metalist obrigava a uma cautela em relação ao amarelo que já tinha. Falha a partida da 2ª mão.

Capel/Izmailov/Matias - Uma 1ª parte muito apagada dos 3, o que muito contribui para a falta de dinâmica ofensiva dos leões, e um 2º tempo de grande nível. Os 3 jogadores do meio campo ofensivo leonino "abriram o livro" nos segundos 45 minutos e contribuíram de maneira decisiva para a vitória leonina. Capel assistiu Izmailov para o 1-0 (excelente jogada) e Matias foi ganhando faltas (uma delas deu o 2-0) e conseguiu ter mais jogo de frente para a baliza. Na Ucrânia terão de ter a dinâmica da 2ª parte, caso os leões queiram ter sucesso.

João Pereira/Insúa - Ambos sofreram bastante com a velocidade dos jogadores do Metalist, principalmente o português (que curiosamente é mais rápido que o argentino), mas acabaram por realizar exibições distintas. João Pereira demonstrou mais uma vez que apresenta pouca qualidade para jogar num "grande", acumulando erros defensivos, na saída de bola e dando zero apoio ofensivo; já Insúa errou menos defensivamente e teve um papel decisivo na vitória do Sporting (principalmente pela profundidade que deu na 2ª parte). Participou activamente no 1-0 e marcou o 2-0.

Schaars/Wolfswinkel - Duas exibições esforçadas mas pouca esclarecidas. O médio foi importante na recuperação de bola, mas não conseguiu encher o campo, sofreu com a velocidade dos jogadores do Metalist e não esteve bem na decisão com bola; já o avançado à excepção de um remate (na sequência de uma bola parada, algo que os leões na 2ª mão vão ter de aproveitar ainda mais, pois este Metalist já com esta equipa treme, sem os seus 2 altos centrais ainda vai tremer mais) não fez praticamente nada. É justo referir que sofreu falta em 90% das bolas que disputou, o que condicionou as suas acções.

Liga Europa - Schalke 04 2-4 Ath. Bilbao (Raul 22´e 60´; Llorente 20´e 73´, Oscar de Marcos 81´e Muniain 90´); AZ Alkmaar 2-1 Valencia (Brett Holman 45´e Martens 79´; Mehmet Topal 51´); Atl. Madrid 2-1 Hannover (Falcao 9´e Salvio 89´; Diouf 38´). VM - O Ath. Bilbao voltou a dar espectáculo na Liga Europa. Depois da vitória em Old Trafford, os bascos foram ao terreno do Schalke 04 vencer por 4-2, num resultado que deverá ter sentenciado a eliminatória. Na Holanda, o AZ, impulsionado pela dupla Holman e Martens (2 golo e 2 assistências) ganhou uma ligeira vantagem sobre o favorito Valencia, enquanto que o Atl. Madrid terá que sofrer em Hannover para chegar às meias finais da prova (Falcao abriu o activo e Salvio voltou a oferecer o triunfo aos madrilenos).

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