André Martins: A força da técnica

No futebol moderno, o 10 tradicional tem vindo a desaparecer, dando lugar ao médio box-to-box, com mais versatilidade. A selecção portuguesa não é excepção, adoptando um meio campo sem um elemento criativo e com 3 jogadores de características semelhantes. Esta mudança de paradigma poderá levar a que um dos potenciais titulares para essa posição não seja devidamente aproveitado num futuro próximo - André Martins.

Ninguém pode duvidar do talento do jovem formado no Sporting, que tem encantado na selecção de esperanças. Inicialmente comparado a João Moutinho (essencialmente pelas parecenças físicas), é na nossa opinião bem diferente do médio do Porto. É desde logo um jogador com muito mais criatividade, ao contrário do titular da selecção, que com o passar dos anos (e depois de algumas dúvidas em relação à posição onde mais poderia render) se foi tornando num elemento com outras qualidades (capacidade de pressão, ocupação de espaços, etc).

Visão de jogo, qualidade de passe, inteligência na leitura de jogo, velocidade de execução, capacidade de decisão. André Martins reúne todas estas qualidades, mas o seu aspecto franzino poderá prejudicá-lo num futebol cada vez mais exigente. Nesta época, não tem sido muito utilizado, dada a forte concorrência no meio campo do Sporting. No entanto, tem aproveitado as chances que tem tido, deixando excelentes indicações. Veremos quem leva a melhor: se a força da técnica, se a técnica da força. Esperemos que seja a primeira opção. 

Poderá André Martins ser o próximo 10 da selecção? Ou as suas características e as exigências do futebol actual impedirão a sua afirmação como futebolista? A que se deve o desaparecimento dos médios criativos (temos vários exemplos de jogadores que se adaptaram a novas realidades, principalmente no futebol inglês - Modric, Anderson, entre outros)? 

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