Premier League: A melhor Liga de futebol do mundo

Dada a época em que nos encontramos, o VM decidiu abordar a sustentabilidade dos principais campeonatos europeus. Foi efectuada uma pesquisa, relacionada com a presente época, sobre quais são os principais patrocinadores dos vinte clubes que compõe a Premier League, bem como da assistência média de cada equipa e respectiva taxa de ocupação, além de outros aspectos importantes. O campeonato inglês (podem competir clubes da Inglaterra e do País de Gales), tem um impacto mundial, com jogadores dos quatro cantos do mundo, ligados a um número incrível de fãs, sendo que na Ásia verifica-se uma autêntica paixão por este campeonato, pelo que desde 2003, e de dois em dois anos existe o Premier League Asia Trophy, que conta com a presença de três equipas da Premier League, bem como de uma equipa local. 


Um dos aspectos que mais se destaca é a elevada taxa de ocupação nos estádios ingleses, com média de 90,57% da lotação preenchida, o segundo valor mais elevado nos principais campeonatos europeus. Apenas três clubes apresentam números inferiores a 80% (Sunderland, Blackburn e Wigan). Quanto aos patrocínios, existe um predomínio das casas de apostas e jogos online (Sportingbet, 188Bet, Tombola, Bodog, entre outras), secundados por algumas consultoras, bancos e seguradoras (AON, Northern Rock, Standard Chartered, AVIVA). Um dos pontos que mais favorece o mercado global que envolve a Premier League, reside no facto de alguns clubes terem como principal sponsor, companhias internacionais provenientes do Oriente, zona do globo onde o impacto da Premier League é impressionante (Etihad Airways, Air Asia, Samsung, Fly Emirates).

Num olhar sobre os jogadores, verifica-se que apenas três equipas têm pelo menos metade do seu plantel composto por jogadores ingleses (Norwich, QPR e Bolton). Arsenal e Fulham têm apenas cerca de 20% dos jogadores com nascimento no país. Tal facto pode ser explicado pela enorme qualidade de jogadores que competem, pois qualquer atleta, com nacionalidade fora do continente europeu terá que obter licença de trabalho, ou seja, terá quer ter participado em pelo menos 75% dos jogos da sua selecção, nos dois anos anteriores. A elevada capacidade financeira dos clubes, permite também atrair jogadores já consagrados ou jovens jogadores que poderão atingir o topo em poucos anos.

A capacidade financeira dos clubes é explicada por vários motivos. É uma liga que é um exemplo para as restantes na distribuição das receitas televisivas. Da totalidade do valor, 49,2% será distribuído equitativamente pelas vinte equipas (na temporada passada, cada uma recebeu cerca de 15.6 milhões de euros pela venda dos direitos efectuada no Reino Unido e à volta de 20.2 milhões de euros, referentes às vendas efectuadas a países fora do reino Unido), 25,4% de acordo com a performance (cada clube recebe cerca de 856mil pela classificação final: o último recebe 856mil euros, o penúltimo, o dobro deste, e assim sucessivamente até ao primeiro classificado que receberá vinte vezes mais do que o último), e os restantes 25,4% dizem respeito ao número de jogos transmitidos (cerca de 549mil euros por cada jogo transmitido). Tudo isto, leva a que os clubes da classe média e baixa do futebol inglês recebam algumas dezenas de milhões de euros, que permite pagar salários extremamente elevados e realizar transferências internas com valores compreendidos entre os 10 e os 25 milhões de euros (Aston Villa pagou 21,4 milhoes de euros ao Sunderland por Darren Bent, entre outros exemplos possíveis). Possibilita ainda ter equipas com a maioria dos jogadores internacionais e de grande valia. Uma dupla de ataque com Demba Ba e Papiss Cissé (Newcastle), ter no plantel Shaun Wright-Phillips, Djibril Cissé e Taiwo (QPR), é algo que no nosso campeonato seria digno de...um dos clubes de topo. 
Nos tempos recentes, muitos clubes têm também sido adquiridos por multimilionários, que investem milhões atrás de milhões, nos clubes dos quais são proprietários. Dos mais discretos (o norte americano John Henry é o dono do Liverpool), aos mais conhecidos (Roman Abramovich no Chelsea, Sheikh Mansour no Man. City, bem como a família família Glazer no Man. United), todos pretendem levar a sua equipa ao topo. Porém, este aspecto traz um lado negativo ao futebol, a existência de transferências por valores muito acima dos expectáveis, leva a que muitos clubes não possam competir com os adversários, bem como ordenados chorudos aos atletas, situação que seria impraticável num clube sem injecção de dinheiro.

Os jogos na época natalícia, o Boxing Day, imagens das bancadas repletas com adeptos que vão desde os 5 aos 100 anos de idade, famílias completas na assistência, a intensidade e espectáculo com que se é presenteado, os cânticos, fazem da Premier League....a melhor liga de futebol do mundo.  

Será a Premier League a melhor liga do mundo? O constante investimento verificado em certos clube é bom para o campeonato? E para o futebol em geral? Como analisa o mercado global da Premier League? A que se deve a grande capacidade financeira dos clubes? Poder económico inglês? Forma de distribuição das receitas? Aos multimilionários?

A. Carvalho

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