O Braga disse esta noite adeus à Liga Europa, numa partida marcada pelo domínio da equipa portuguesa em terras turcas. A equipa de Leonardo Jardim entrou forte, dominou os primeiros trinta minutos (à semelhança do que aconteceu em Braga até à expulsão de Hélder Barbosa), no entanto a correcção táctica de Carvalhal (que jogava sem avançado fixo, apenas preocupado em anular o jogo bracarense), lançando Hugo Almeida, equilibrou a partida. Ainda assim pertenceram ao Braga as melhores ocasiões de golo do jogo, saindo de prova de cabeça erguida.
Relativamente à partida, um início forte e pressionante do Braga, com boas trocas de bola e fluidez de jogo surpreenderam um Besiktas apático e pouco preocupado em atacar. Lima marcou após boa jogada de Alan, e estavam criadas as condições para um jogo emocionante. Carvalhal não esperou muito para mexer na equipa, e Hugo Almeida saltou do banco para equilibrar a partida e trazer trabalho à defensiva do Braga. Ainda antes do intervalo, Manuel Fernandes obrigou Quim a uma defesa apertada, depois de ver Hugo Viana perder também boa oportunidade de golo. Chegava o intervalo e terminava o melhor período do Besiktas.
Na segunda parte o Braga volta a entrar forte e determinado a marcar o golo do empate, mas Lima desperdiçou a ocasião mais flagrante, quando isolado em frente à baliza remata ao lado. Jardim arriscou tudo com as entradas de Carlão e Nuno Gomes, e podia ter tirado frutos, já que nenhum dos dois conseguiu marcar na área, juntamente com Alan, noutra grande ocasião de golo. O Besiktas ia tentando manter a posse de bola e aproveitava os contra-ataques, quase todos conduzidos por Quaresma pela direita e finalizados por Hugo Almeida, mas que Quim conseguiu segurar até ao final da partida. O jogo terminava com o aperto minhoto na área com várias bolas paradas, todas elas inconsequentes.
Destaques
Braga - Um bom jogo a confirmar o excelente momento de forma, e a vitória num campo difícil, quer pela qualidade adversária quer pelo ambiente vivido pelos portugueses no estádio. O resultado não chegou, mas fica a ideia de que este Braga é superior ao Besiktas, facto comprovado pelo domínio de jogo nos momentos da eliminatória em que jogou em igualdade numérica. A expulsão de Hélder Barbosa no Axa marca a eliminatória, tendo obrigado o Braga a jogar sessenta minutos com menos um jogador. Hoje, mesmo sem quatro habituais titulares (Ewerton, Mossoró, Hélder Barbosa e Custódio - excluindo Baiano e Paulo Vinícius), a turma de Jardim apresentou bom futebol e lutou até ao fim pela eliminatória.
Besiktas - A turma de Carlos Carvalhal entrou muito apática e com o intuito de segurar a vantagem, mas que cedo se percebeu que seria difícil a jogar daquela forma. A entrada de Hugo Almeida, avançado forte e combativo, veio equilibrar a equipa tacticamente e no último quarto de hora da primeira parte, poderia ter empatado.
Quaresma - Foi o melhor elemento da equipa da casa. Muito apagado, como seria de esperar, enquanto jogava no meio dos centrais - deslocado da sua posição, passou para a linha lateral com a entrada de Hugo Almeida e a partir daí foi a principal referência de ataque turca, causando muitas dificuldades a Elderson. Tentou a sua sorte de trivela, e efectuou vários cruzamentos perigosos.
Manuel Fernandes/Simão/Hugo Almeida - O primeiro, efectuou mais uma boa exibição, consistente posicionalmente, muito forte com a bola nos pés e na distribuição de jogo, é a principal referência do meio campo do Besiktas. Simão esteve mais uma vez abaixo das suas capacidades, quase sempre perdendo para Salino ou Douglão. Já o último causou alguns problemas à defesa dos gverreiros, teve bons pormenores, mas perdeu sempre para Quim ou para os centrais Douglão e Nuno A. Coelho.
Lima - Foi mais uma vez o homem do jogo. Muito disponível fisicamente, o avançado ganhou espaços a toda a largura do ataque, fosse na área, na lateral direita ou na esquerda. Marca o golo e está na origem de outras duas oportunidades flagrantes, tendo tido nos pés a melhor delas, que atirou ao lado.
Alan - O extremo brasileiro teve mais uma noite de grande nível, sobretudo pelo futebol praticado na primeira parte, onde causou muitos problemas ao adversário no flanco, ganhou espaços, cruzou, assistiu para golo, e ganhou inúmeras faltas em zonas perigosas, além de ter aparecido por duas vezes em zona previlegiada para marcar.
Hugo Viana/Rúben Amorim/Djamal - Um trio em estreia, que apresentou resultados positivos. Viana foi o mais batalhador, e com mais espaço (desta vez sem marcação individual), conseguiu colocar o meio campo do Braga a jogar o seu melhor futebol. Amorim correu bastante, apareceu bem no apoio aos colegas, mas falhou na finalização, rematando frouxo por duas vezes, bem colocado. Djamal veio trazer força e centímetros à zona central, mas pouco mais.
Nuno André Coelho/Douglão - Boa exibição dos dois centrais, a efectuarem apenas o seu segundo jogo lado a lado, mas a revelarem bom entendimento e sentido posicional.
Quim - Importante na vitória, segurando as bolas mais perigosas que surgiram na sua área, e revelando calma quando foi obrigado a jogar coms os pés sob pressão. Duas defesas de nível de dificuldade mais elevado marcam a sua prestação de hoje.