Benfica perde pela 1ª vez na Liga dos Campeões; 2 golos fora dão esperança, num jogo marcado por bastantes erros defensivos

Zenit 3-2 Benfica (Shirokov 27´e 88´e Semak 71´; Maxi 20´ e Cardozo 87´)

O Benfica saiu da fria Rússia com uma derrota, algo que é sempre negativo, mas que permite ainda sonhar com a passagem aos quartos-de-final da Liga dos Campeões. Num jogo com pouca qualidade técnica (o 2º golo do Zenit e algumas arrancadas de Gaitán foram a excepção) e com um relvado sem condições para um jogo da prova milionária, valeu a maior eficácia do meio campo russo, perante um Benfica que cometeu bastantes erros defensivos.

A partida começou bastante equilibrada, sem qualquer ocasião de perigo para ambas as balizas, quando o Benfica faz o 0-1, numa recarga de Maxi a livre de Cardozo (já depois de Rodrigo ter sido carregado por Bruno Alves). O avançado espanhol acabaria por dar o seu lugar a Aimar, com o resultado já num 1-1, após golo de Shirokov. A pressão russa acentuou-se depois do golo de Maxi, mas para além do golo, apenas Artur sentiu perigo por mais duas ocasiões. O Benfica respondeu através de remates de Cardozo e Aimar, para defesas fáceis de Zhevnov. No segundo tempo, Gaitán esteve perto do golo, mas foi o Zenit a facturar, já depois das entradas decisivas de Bystrov e Semak. Kerzhakov, desmarcado pela direita, serve Bystrov de calcanhar e este cruza para o desvio certeiro de Semak (também de calcanhar). Os encarnados acusaram o golo e Kerzhakov voltou a ficar perto do 3-1, contudo, foi mesmo o Benfica a chegar à igualdade, num grande frango de Zhevnov (largou uma bola fácil para os pés de Cardozo). O resultado de 2-2 era o ideal para os encarnados, contudo, num erro de Maxi, Shirokov voltou a bisar frente a uma equipa portuguesa e a estabelecer o resultado final em 3-2.

Destaques:

Benfica - A turma encarnada teve algumas dificuldades em entrar no jogo. O golo, que poderia permitir uma maior tranquilidade, veio acentuar a pressão do Zenit e na primeira parte, os comandados de Jorge Jesus não fizeram uma boa exibição. Para a segunda parte, com a entrada de Aimar, a posse de bola foi mais criteriosa, as águias dominavam a meio campo e houve claramente uma subida de produção. Depois de estarem a perder, conseguiram ainda chegar ao empate, mas um erro individual de Maxi coloca o Benfica em desvantagem nesta eliminatória, ainda que tudo se decidirá apenas no encontro da Luz. Destaque para a ausência de Aimar (e possivelmente Rodrigo), que poderá complicar as contas do técnico do clube da Luz.

Maxi Pereira/Emerson - O uruguaio estava a ser dos melhores do Benfica, sem problemas defensivos, com boas iniciativas atacantes (JJ subiu-o no terreno) e inclusive um golo marcado, até cometer um erro infantil já perto do final que pode comprometer a eliminatória. Quanto ao brasileiro, deixou por diversas ocasiões o seu flanco desprotegido (mérito para a incursão no ataque no lance do segundo golo), nomeadamente, quando ficou a olhar para Bystrov cruzar para o 2º golo russo.

Gaitán - Não está nos seus melhores momentos ao serviço do Benfica. Hoje, teve várias iniciativas individuais de qualidade, faltando porém uma melhor definição dos lances, que poderia alterar o rumo do jogo. Apesar de ter evoluído bastante, necessita ainda de crescer em termos tácticos, para se tornar num jogador de top.

Witsel/Matic - Algumas dificuldades em travar a velocidade dos médios do Zenit numa fase inicial, mas depois uma exibição positiva. O belga esteve bem na gestão de posse de bola, efectuando recuperações importantes, e o sérvio destacou-se nas dobras aos laterais. No entanto, parece claro que não é a solução mais adequada para a posição.

Luisão - Claramente não foi um jogo fácil para o central encarnado. Deixou-se bater várias vezes em antecipação pelos homens do Zenit, melhorando com o decorrer do encontro.

Zenit - Um conjunto organizado, com bom ritmo de jogo no primeiro tempo (apesar da paragem no campeonato), intenso e pressionante, mas claramente a acusar o desgaste na etapa complementar. Acabou por ser traído pela péssima exibição de Zhevnov, mal batido nos dois golos. Boa partida de Shirokov, Kerzhakov deu trabalho à defesa encarnada e Bruno Alves não cometeu erros e esteve imperial no jogo aéreo.

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