Braga vence o duelo do 3º lugar; Minhotos foram mais personalizados e terminam a 1ª volta nos lugares de Liga dos Campeões; Sporting com um Domingos ao nível de Paulo Sérgio mesmo com todos os milhões que investiu já está em 4º e disse adeus ao título

Sp. Braga 2-1 Sporting (Hélder Barbosa 50´, Lima 63´; Carrillo 73´)

O Sp. Braga recebeu e bateu o Sporting por 2-1, numa partida em que os golos apenas apareceram no 2º tempo. Os minhotos conquistaram a sua 4ª vitória consecutiva na Liga, enquanto que os leões somaram o 3º jogo consecutivo sem vencer no campeonato. O Sp. Braga terminou, assim, a 1ª volta na 3ª posição, com mais 11 pontos que na temporada passada (estava em 8º), ao passo que o Sporting de Domingos Paciência conseguiu a mesma pontuação de Paulo Sérgio, mas com a diferença de agora estar em 4º ao invés do 3º lugar, mesmo com um plantel de maior qualidade em relação ao Sporting de Paulo Sérgio.

Quanto à partida, começou com um Sp. Braga mais perigoso no ataque e com um Mossoró bastante activo na frente (o brasileiro e Hugo Viana estiveram perto do golo). Os leões responderam através de um cabeceamento de Insua, mas que Quim defendeu com eficácia. No segundo tempo, Matias ainda rematou ao poste, antes dos minhotos partirem para a vantagem no marcador. Hélder Barbosa aproveitou uma falha de João Pereira, para bater Patrício, enquanto que Lima foi mais rápido que o lateral direito adversário e fez o 2-0. As rápidas transições ofensivas dos minhotos desbloquearam o marcador, perante um Sporting que só conseguiu reagir através de Andre Carrillo. O peruano voltou a entrar bem, trouxe alguma dinâmica ao futebol dos leões e marcou o único golo dos leões em Braga. Em suma, um resultado justo, que premeia a organização minhota e penaliza a desinspiração colectiva dos leões (Domingos inclusive).

Destaques:

Domingos - É ele o grande responsável pelo descalabro leonino e por mais uma época em termos de Liga miserável. Demonstra a cada jogo que passa que não apresenta nível para treinar um "grande" e mesmo com um dos melhores plantéis do Sporting nos últimos anos, nesta fase consegue estar inclusive a um nível pior que Paulo Sérgio. Hoje errou claramente ao colocar Insúa na ala e juntou a isso mais uma exibição sem ideias, pouco esclarecida em termos técnicos e tácticos e mais do que isso uma total inércia em dar a volta à má fase dos leões. Se quem com internacionais AA e jogadores de qualidade como Elias, Schaars, Matias, Capel, etc não consegue mais do que isto (4º lugar no final da 1ª volta) não há muito para acrescentar. A direcção leonina acertou nos reforços mas falhou no banco, talvez deva dar uma oportunidade a Sá Pinto.

Sp. Braga - Uma equipa agressiva, rápida, excelente na exploração das transições ofensivas e nas triangulações, igualmente coesa defensivamente. Hoje foi sempre mais personalizada e fecha o ano numa clara fase de crescimento. Neste momento é um forte candidato a terminar a época nos lugares de acesso à Liga dos Campeões.

Sporting - O VM referiu há 3ª jornada que com os 7 pontos perdidos os leões estavam fora do título (com o ascendente leonino fomos forçados a fazer um mea culpa) mas o resultado de hoje deixa a turma de Alvalade fora da corrida pelo 1º lugar. Os 11 pontos de distância para o Benfica e 9 para o Porto são já inacessíveis, e o Sporting terá de lutar muito para conseguir o 3º lugar. Algo impensável considerando o orçamento do Sporting e o facto de ser crucial não se repetir as duas últimas épocas.

L. Jardim - Venceu o duelo particular com Domingos. Montou bem a equipa, soube explorar os pontos fracos do Sporting (nomeadamente a transição defensiva, ao apostar em saídas rápidas para o ataque) e coloca o Braga no 3º lugar com inúmeros lesionados (época muito superior dos minhotos em comparação com o ano passado).

Custódio/Hugo Viana - Dois portugueses, dois jogadores que passaram pelo Sporting e que realizaram exibições muito consistentes. O primeiro recuperou inúmeras bolas, enquanto que o segundo teve o papel habitual na criação de jogadas ofensivas do lado do Braga.

Lima/Mossoró - Dividiram o protagonismo em relação à eleição do melhor em campo. O avançado foi decisivo ao fazer a assistência e o 2-0; mas o médio acrescentou ao jogo uma enorme técnica, capacidade e inteligência nas transições e triangulações, tendo igualmente um papel decisivo nos 2 golos.

Salino - Acabou por beneficiar com a colocação de Ínsua como extremo. Teve menos trabalho (na primeira parte o argentino quase não teve iniciativas) e pôde integrar-se com qualidade no ataque.

Douglão/Ewerton - Exibição segura dos centrais bracarenses. Fortes no jogo aéreo e pelo chão, anularam com facilidade Ribas e mais tarde Bojinov.

Quim - Actuação que fica marcada pela falha no golo leonino. Apesar de tudo, negou o golo a Ínsua no primeiro tempo com uma boa intervenção.

Hélder Barbosa/Alan - O português, apesar do golo, foi a unidade mais apagada do Braga; já o brasileiro apesar de menos exuberante que é habitual, foi decisivo na maneira como ajudou a fechar o seu corredor e em termos ofensivos na inteligência que demonstrou nas triangulações com Mossoró.

João Pereira - Já referimos por diversas vezes que é um defesa banal e hoje voltou a dar provas disso mesmo. O pior jogador em campo. Apesar de ser o titular da selecção nacional (argumento que parece desculpar todas as suas fragilidades), tem limitações inadmissíveis para jogar num clube que pretende lutar pelo título. Não esteve nem no lance do primeiro golo do Braga, mas a forma como foi batido por Lima, com a posição ganha, no segundo golo, acaba por ser decisiva nesta derrota do Sporting.

Seba Ribas - Estreia difícil para o avançado uruguaio. Deu luta aos centrais bracarenses, ganhou faltas e procurou segurar a bola, mas não foi convenientemente servido.

Carrillo - Entrou, revolucionou o jogo leonino, desequilibrou e nos minutos que esteve em campo produziu mais em termos ofensivos que Insúa e Capel juntos.

Schaars/Elias - Foram batidos pelos homens do meio campo bracarense. Não conseguiram colocar em prática o seu futebol, deram demasiada liberdade a Mossoró e Hugo Viana e acabam por sair com nota negativa deste encontro.

Matias Fernández - Um dos melhores do Sporting. Ameaçou na primeira parte com um remate sobre a barra da baliza de Quim, atirou ao poste quando o resultado ainda estava empatado (esse lance podia ter mudado o encontro) e demonstrou a qualidade técnica que o caracteriza. Não foi devidamente acompanhado. Mas esta táctica (como frisamos durante a semana) com um triângulo no meio campo com 2 + 1 claramente potencia a magia do chileno.

Rui Patrício - Algumas defesas de enorme qualidade, principalmente a remates de Mossoró e Hugo Viana (este por duas vezes, uma delas já nos descontos na sequência de um livre indirecto dentro da área). Voltamos a salientar que é um guardião que dá pontos, mas com tão má companhia é complicado fazer melhor.

Evaldo/Insúa - Foram as apostas de Domingos para o corredor esquerdo, mas resultaram num fracasso. O argentino não acrescentou nada ofensivamente (mesmo tendo protagonizado a melhor oportunidade do Sporting na 1ª parte); enquanto que o brasileiro não deu a mesma profundidade que é oferecida pelo ex-Liverpool.

Onyewu/Rodríguez - Apesar das dificuldades que sofreram com a velocidade de Lima (isso até se verificou mais quando o brasileiro explorou o espaço entre os centrais e os laterais) parece ser a dupla que melhor se completa no Sporting. O peruano (falhou no 2-0) dá claramente outra velocidade ao sector defensivo e capacidade ao nível da saída de bola, tendo sido mesmo, na nossa opinião, o melhor elemento dos leões no 1º tempo.

Capel - Mais um jogo grande onde o seu contributo roçou o zero. Um remate com algum perigo na 1ª parte e uma jogada onde isolou Carrillo (o peruano assistiu depois Bojinov quando devia ter rematado) é muito pouco, ainda para mais quando tinha pela frente Elderson, uma das unidades mais fracas do conjunto minhoto.

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