O Visão de Mercado nomeia Futre como a figura desportiva do ano em Portugal

Podia ter sido Ronaldo, Pinto da Costa, Heldér Rodrigues, Villas-Boas, Domingos ou João Silva, mas para o Visão de Mercado a figura desportiva do ano em Portugal foi: Paulo Futre. Não marcou golos, não orientou a partir do banco, nem contratou jogadores, mas em termos desportivos ninguém teve o seu protagonismo em 2011. Depois de alguns anos sem o protagonismo que merece no contexto nacional, finalmente conseguiu deixar a sua "marca" e ter o reconhecimento por parte de todos. É um lugar comum no povo português: ter que sair lá para fora para ser reconhecido no seu próprio país. 'El Português', como carinhosamente é tratado em Espanha, chegou, por alturas de eleições presidenciais no Sporting, para combater a tacanhez que assola as mentes do dirigismo desportivo em Portugal. Niguém duvidava do fenómeno que Paulo Futre tinha sido no relvado (um dos 5 melhores futebolistas portugueses de sempre, para muitos mesmo o melhor). Nas décadas de 80 e 90 foi um dos melhores executantes do futebol europeu (em 1987 foi considerado o 2º melhor jogador da Europa atrás de Ruud Gullit), mas depois de alguns anos com pouca visibilidade, este ano deu a conhecer a todos uma faceta dele que o haveria de catapultar para patamares sociais mais elevados. O começo do reboliço protagonizado pelo ex-futebolista, natural do Montijo, teve começo a 24 de março, quando uma conferência de imprensa delirante, em que prometia mundos e fundos para o Sporting, causou um enorme impacto um pouco por todo lado. Foi a porta de entrada de Futre para muitas outras que se seguiriam. Era claro que não era um senhor da palavra, mas cativava pelo jeito enérgico com que expunha as suas ideias e convicções. Pelo seu sotaque que, como o próprio rotula, é 'ibérico', tornando-se, com uma rapidez extraordinária, o predilecto e centro das atenções nas redes sociais. Entretanto escreveu uma autobiografia, teve participações especiais em telenovelas, partllhou momentos de puro humor em muitos anúncios publicitários e foi solicitado para incontáveis palestras, onde, à falta de alguma formação nas áreas em questão, compensa pelas infindáveis histórias que guarda dos tempos de jogador. Poderá não ser o visionário que o próprio afirma ser, mas a verdade é que já é inegável a repercussão de tudo o que hoje diz. Vive à imagem dos seus tempos de jogador: imprevisível. Por assim ser, Paulo Futre é claramente a figura desportiva do ano, não se sabendo o que nos reserva nos anos vindouros. Afirma querer, num futuro distante, ser presidente, mas certamente que até lá irá continuar a brindar-nos com pérolas como as registadas naquela tarde de março. Qual a figura desportiva do ano em Portugal (e porquê)?

A.Borges

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