O Futebol em 2011 também ficou mais pobre...

É um exercício habitual no final de cada ano: relembram-se os momentos bons, recordam-se outros menos felizes. Na última categoria entram aqueles que nos fazem acreditar que o ano de 2011 ficou mais pobre. Futebolisticamente falando. Falamos dos jogadores que se retiraram, e que deixaram um vazio nos clubes e selecções que representavam.

Talvez o mais emblemático tenha sido Ronaldo, o 'Fenómeno'. Aos 35 anos, aquele que foi um dos melhores jogadores da história do futebol mundial retirou-se, envergando as cores do Corinthians. Com passagens de sucesso (umas mais que outras) por Cruzeiro, PSV, Barcelona, Inter, Real Madrid e Milão, Ronaldo somou 346 golos em 538 jogos, o que dá uma média bárbara de 18 tentos por época. Decisivo pelo Brasil no Mundial de 2002, era até ao ano passado o melhor marcador em fases finais da referida prova. Um craque de que sentiremos falta. Viajando para latitudes mais afastadas, outro avançado disse adeus aos relvados: Martín Palermo (38 anos), um dos grandes ídolos do Boca Juniors. Conquistou quatro Aperturas e dois Clausuras, às quais juntou duas Libertadores. Tem uma média de carreira incrível: 0,5 golos por jogos, o que faz com que 'El Loco' perdure na nossa memória como um avançado temível e de um oportunismo fora do comum. A meio-campo, talvez a ausência que hoje mais se faz notar: Paul Scholes (37), mais conhecido como o 'Feiticeiro de Old Trafford'. Disputou um total de 676 jogos pelo Manchester United, assinando 150 golos. Apesar de ser reconhecido como um médio de contenção, tem números de um avançado de elite: 0,22 golos por jogos no decorrer de 18 temporadas. Dono de um disparo e meia distância como raramente se vêem, o melhor elogio que se lhe pode fazer é a lacuna que deixou no United, clube onde jogou toda uma vida. Ainda no meio campo, o futebol perdeu dois jogadores franceses que marcaram a sua geração: Patrick Vieira e Claude Makelele. O primeiro fez grande parte da carreira no Arsenal (terminou-a no City), chegando a capitanear a turma londrina, conquistando 3 campeonatos. Esteve nos mais importantes títulos do seu país, nomeadamente o Mundial 98 e o Euro 2000. Quanto ao segundo, pertenceu aos "Galácticos" do Real Madrid, onde conquistou uma Champions, acabando por sair para o Chelsea. Venceu 2 campeonatos com Mourinho, aposentando-se aos 38 anos, no PSG. Recuando um pouco no campo, deparamo-nos com Fabio Cannavaro (38), indiscutivelmente um dos centrais mais elegantes (por vezes excessivamente duro) que já pisaram os grandes palcos do desporto-rei. Venceu a Bola de Ouro em 2006, uma novidade para um defesa, que o coroou como o melhor jogador do mundo naquele ano. Escolha duvidosa ou não, 'Il Capitano' deixará saudades. Esta lista não ficaria completa sem um homem para guardar o último reduto da mesma: Edwin Van der Sar (40), um dos guardiões que, na casa dos quarenta, conservou a elasticidade e reflexos que o fizeram saltar da casa-mãe em Amsterdão para a Juventus. Foi o único a fazer esquecer Schmeichel, o que já é dizer muito das qualidades deste holandês voador. Para além destes, nomes como os dos goleadores Jan Koller, o gigante checo de 2,02 que apontou 55 golos em 91 jogos pela sua selecção, Jon Dahl Tomasson, dinamarquês que fez o gosto ao pé por 55 ocasiões nas 110 internacionalizações pelo país nórdico, Sami Hyypiä ou Jerzy Dudek deixam igualmente saudade.

Quais as memórias que guardam destes jogadores?

A. Borges

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