PSV: Futebol de Ataque

O PSV está apostado em regressar às vitórias na Eredivisie e para tal apostou forte nesta temporada. Em Eindhoven, não se celebra um grande título desde a temporada 2007/08, altura em que o clube conquistou o seu último campeonato mas, mais que ausência de títulos, tem sido a perda de protagonismo no futebol holandês para o grande rival Ajax, e também para o AZ Alkmaar ou Twente. Para contrariar esta situação, a equipa que tem como casa o Philips Stadion reforçou o seu conjunto e fará os possíveis para devolver a alegria aos seus adeptos e seguidores.

Nas dez jornadas já disputadas, o emblema holandês ocupa a segunda posição a 4 pontos da liderança. Embora não esteja no lugar desejado, a verdade é o que o futebol praticado pela equipa comandada por Fred Rutten está a surpreender tudo e todos. Com uma mentalidade extremamente ofensiva, o onze base apresenta seis jogadores de características atacantes. A antiga estrela da equipa, o húngaro Dzsudzák, rumou ao milionário Anzhi, e apesar desse revés, o dinheiro encaixado permitiu ao PSV colmatar a saída do magiar, mas também adquirir jogadores com grande potencial, acrescentando qualidade à já existente. Na baliza, o sueco Isaksson é indiscutível, tendo à sua frente um quarteto formado pelos internacionais holandeses, Pieters e Wilfred Bouma, o búlgaro Manolev e o jovem Marcelo. Actuando mais como 8 do que como 6, surge Kevin Strootman (referenciado pelo VM para os grandes), que depois de ter realizado uma grande temporada ao serviço do Utrecht viajou para a Eindhoven juntamente com Mertens, numa operação avaliada em 13 M€. Para dar mais virtuosismo e polivalência ao meio-campo ofensivo da equipa, Wijnaldum trocou o Feyenoord pelo PSV, deixando diversos grandes da Europa de “mãos abanar”, pois o jovem holandês era cobiçado em diversos campeonatos europeus (o Sporting era um dos interessados e o jogador esteve com pé e meio em Alvalade). Na frente de ataque, a juntar a Ola Toivonen e Jeremain Lens, o esloveno Matavz chegou, depois de marcar golos atrás de golos ao serviço do Groningen, sendo um ponta de lança puro e com uma enorme margem de progressão (ler aqui).

Tudo somado, a “artilharia” ofensiva do PSV é tal, que os holandeses já facturaram por 27 vezes no campeonato, sendo o melhor ataque da prova (e um dos melhores da Europa), aliando a isso um futebol sustentado mas sempre com uma mentalidade atacante implementada. O potencial está lá, a vontade e ambição também, e se esta performance se venha manter será possível o clube reencontrar o caminho dos títulos.

Conseguirá o PSV levar de vencida a emocionante Eredivisie? O regresso à Liga dos Campeões já no próximo ano é possível? Que equipa se pode dar ao luxo de começar todos os encontros com Strootman (o jogador mais posicional, mas que é mais um 8 do que um 6), Wijnaldum e Toivonen (ele que é porventura o melhor avançado centro a actuar na Holanda) no meio campo, o endiabrado e talentoso Mertens, o perigoso Lens e o finalizador Matavz na frente? Estará o futebol a mudar? Recordamos que também o Barcelona, no princípio da época e contrariando um pouco a lógica, actuou vários jogos apenas com 3 defesas e 7 jogadores ofensivos.

A. Mesquita

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