Porto: Vítor Pereira junta à falta de discurso, decisões técnicas absurdas...um problema ou ainda é a melhor solução?

As recentes declarações de Pinto da Costa, vieram apenas adensar a nuvem cinzenta que se parece criar no reino do Dragão. Os primeiros sinais de pluviosidade foram dados pelo mesmo, quando nas referidas declarações, e após todos conhecerem o cunho pessoal que o presidente portista coloca na escolha do timoneiro azul e branco, Pinto da Costa manifesta estar satisfeito com os resultados apresentados por Vítor Pereira. No fundo, foram palavras que, ao fim e ao cabo, sofriam uma bifurcação na sua interpretação: a leitura lógica seria a de apoio ao seu treinador; a segunda, bem, a segunda certamente que deixou mensagens subliminares, pois não haveria a necessidade de aparecer em auxílio da Vítor Pereira se não sentisse que este ainda é olhado com alguma desconfiança e apreensão por muitos adeptos portistas.

Que não se duvide das capacidades de campo de Vítor Pereira (é claro que a nível de preparação dos encontros, ninguém pode apontar nada ao técnico portista, aliás já era ele que fazia esse papel a época passada). O problema é mesmo o seu discurso (ou falta dele...antes, durante e depois dos encontros quer para o interior quer para o exterior) e inércia em contrariar os acontecimentos. Nos últimos 2 jogos as suas decisões resultaram em disparates incompreensíveis, nomeadamente ao nível da leitura e momentos de jogo. No jogo com o Feirense teve a insensatez de "atribuir" as culpas do empate à fraca primeira parte dos dragões, parecendo esquecer-se que o papel de motivador passa muito pela mensagem que o treinador incute aos seus jogadores. Pior que isso, foram as péssimas decisões técnicas que tomou quando era urgente alterar algo no plano de jogo, limitando-se a trocar peça por peça, não acrescentando nada de novo ao jogo. A colocação de James a ponta-de-lança (quando tinha Walter no banco), foi a maior das suas aberrações. O jogo com o Benfica apenas confirmou o que se tinha verificado no jogo anterior: depois do intervalo os jogadores entraram apáticos e (mais uma vez), Vítor Pereira pareceu não conseguir responder ao desafio táctico lançado por Jorge Jesus. Numa atitude de desespero, lançou Walter às feras, uma decisão que mais pareceu falta de personalidade do treinador (para calar bocas), do que uma enorme convicção no que estava a fazer.

É certo que falta Falcao, e que alguns jogadores parecem estar longe da melhor forma física (outro dado incompreensível numa equipa que se quer de Top), mas o maior orçamento de sempre do Porto e 95% do plantel que a época passada venceu tudo, deveria ser suficiente para apresentar outro futebol. Apesar do resultado de sexta-feira não alterar nada (VP já conquistou a Supertaça e lidera o campeonato e a Liga dos Campeões), fica a imagem de um F.C. Porto mais pobre. Não em campo, muito menos ao nível de plantel, mas no banco.

A.Borges

Etiquetas: