Um Cristiano Ronaldo diferente...

Não foi só a revelação sobre o desejo de terminar a carreira no Sporting a marcar a sua entrevista, ontem, após mais uma campanha publicitária para a Nike. Cristiano Ronaldo abordou outros temas, e na minha opinião demonstra estar cada vez mais ciente das suas responsabilidades e revelando mesmo uma maior maturidade.

Sobre o actual seleccionador e sem querer comparar com o anterior seleccionador, referiu: “ Paulo Bento chegou e está a mostrar que é um grande treinador, tem bom carácter”, o que é demonstrativo do carácter ou falta dele de Queiroz.

Abordando as perguntas habituais em relação a Ferguson e Mourinho, mencionou: “Têm experiência, são ganhadores e já ganharam tudo. Um é jovem, o outro mais velho, mas têm muitas coisas em comum. Para mim são os melhores do mundo”. Não só elogia o actual treinador, como reconhece e demonstra gratidão em relação ao seu anterior treinador.

Sobre Fábio Coentrão: “É grande jogador” e “no Real Madrid, porque não?” Resposta politicamente correcta, sem segundas interpretações.

Na minha opinião, estamos na presença do melhor futebolista português de sempre, os seus títulos individuais e colectivos  provam isso e, apesar de os amantes de Figo e Eusébio considerarem este rótulo um pouco precipitado e injusto, a verdade é que nos próximos anos, a manter-se este ritmo de conquistas individuais e colectivas, será difícil alguém não o considerar o melhor jogador português de sempre. 

Contudo, desde a sua transferência para o Real o craque português tem revelado um nervosismo, uma ansiedade e um medo de errar que claramente tem prejudicado o seu futebol. Para quem assiste os jogos da equipa de Madrid é visível que o português raramente arrisca o 1 contra 1, jogada que o caracterizava nos seus primeiros anos de Sporting e Man Utd, e isso só se justifica com o seu medo de falhar. Não é por acaso, que o avançado português tem usado e abusado dos toques de calcanhar, e de uma necessidade em soltar rapidamente a bola. Aparecendo e destacando-se principalmente pelos golos de encostar e lances de bola parada.

Irá Ronaldo acabar a sua carreira no Sporting? Ou poderá suceder o mesmo que Figo, que prometeu o mesmo e acabou por nunca ser convidado pelos responsáveis leoninos para terminar a carreira no clube de Alvalade? Um senhor Ronaldo ou ainda um jovem Ronaldo? Quando é que o craque português irá superar estes seus problemas de ansiedade e soltar o seu futebol individual mais desequilibrador e espectacular que o caracterizava?

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