Mundial 2010 - Portugal com prejuízo desportivo e financeiro

A Federação Portuguesa de Futebol deverá ter um prejuízo superior a 1 milhão de euros quando fechar a contabilidade referente à presença da Selecção Nacional no Mundial da África do Sul. O prémio de 7,2 milhões de euros que vai receber da FIFA por ter atingido os oitavos-de-final não chega para cobrir os custos da preparação da equipa e os prémios negociados com a equipa técnica e jogadores.

Em prémios, a FPF irá pagar mais de 3 milhões de euros, sendo 720 mil só para o seleccionador nacional, Carlos Queiroz, que, por contrato terá direito a 10 por cento da verba paga pela FIFA à entidade portuguesa. Os jogadores deverão receber um mínimo de 100 mil euros cada o que, a multiplicar por 25 (os 23 presentes na fase final, mais Nani, excluído à última hora por lesão, e Zé Castro, que fez o pré-estágio na Covilhã), dá 2,5 milhões de euros.

Os custos de toda a preparação deverão ultrapassar os 4 milhões de euros, já que a FPF utilizou dois hotéis diferentes na Covilhã durante três semanas e teve a trabalhar no apoio direto à equipa a maior comitiva de sempre, contando com treinadores auxiliares sul-africanos contratados especificamente para colaborarem com Carlos Queiroz, bem como os diferentes observadores de jogos. Estes custos directos com os dois últimos meses não englobam o que a FPF gastou ao longo da campanha de apuramento para a fase final do Mundial, que chegou a 1,5 milhões de euros.

Para não ter prejuízo com a presença no Mundial, a FPF necessitava que a Selecção Nacional tivesse chegado pelo menos aos quartos-de-final, patamar em que receberia da FIFA 14,4 milhões de euros.

Fonte: Record

Foi sem dúvida nenhuma um Mundial 2010 para esquecer, já não bastava as péssimas exibições, a imagem negativa e de mau futebol que Portugal deixou patentear no Mundo, como agora, é possível verificar que o balanço final é financeiramente preocupante. Contudo, acredito que Madaíl e Queiroz irão continuar a sorrir e muito pouco preocupados com os prejuízos desportivos e financeiros, também pudera, a ganhar só como prémio por esta péssima prestação, cerca de 720 mil euros.

No meio disto tudo, o que é ainda mais preocupante é assistir à participação da Comunicação Social e dos comentadores de Tv, a bater palmas a este seleccionador, afirmando e enganando o povo, dizendo que ele tem feito um excelente trabalho ao nível da estrutura da federação, na nossa formação e no futebol português em si, e por isso apoiam a sua continuidade. Quando nos últimos dois anos, os estrangeiros nas camadas jovens dos clubes quadriplicaram, a nossa selecção sub-21 praticamente não tem hipóteses de se apurar para o Europeu, e nada foi feito para inverter esta tendência danosa de no futuro Portugal correr um sério risco de não se conseguir qualificar para Europeus e Mundiais.  

Justifica-se pagar mais de 3 milhões de euros a jogadores e seleccionador depois do pouco ou nenhum trabalho demonstrado? Não seria esta a melhor altura de Queiroz colocar o seu lugar à disposição? E Madaíl que anda há mais de 10 anos a dizer que vai sair da Federação, que papel tem no meio disto tudo? Ou certamente para ele, enquanto a FPF continuar a receber patrocínios chorudos como os da Galp, BES, etc, esses 10 anos afinal são uma escala temporal diferente do nosso calendário gregoriano?

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