Carlos Queiroz não se demite

Com a sua vaidade que já o caracteriza, o seleccionador nacional voltou hoje a salientar  na conferência de imprensa que promoveu como balanço final do Mundial, que a prestação de Portugal foi digna, integra com ambição e prestigiante. Uma conclusão algo estranha, tendo em conta o péssimo desempenho de Portugal, quer ao nível dos resultados como do futebol apresentado.

O seleccionador abordou ainda o tema Ronaldo. «Se precisar de levar toda a minha vida para fazer perceber e ensinar que as frustrações têm de ser contidas, vou fazê-lo. Essa é a minha obrigação, porque Portugal precisa do Cristiano Ronaldo e Cristiano Ronaldo precisa da selecção. Agora, se o tamanho da camisola for pequeno de mais para algum corpo, não precisa de estar aqui», disse ainda Queiroz.»

Depois da péssima fase de qualificação, e de o próprio seleccionador ter colocado a fasquia bem alta neste Mundial, e apenas termos cumprido os serviços mínimos, seria natural que Queiroz tivesse alguma humildade e apresentasse a sua demissão, contudo quem conhece o passado deste treinador, sabe que esse cenário era algo improvável de acontecer.

O argumento que Portugal acabou por empatar com o 1º e perder contra o 2º do Ranking FIFA, não me parece o suficiente para justificar esta péssima prestação, pois por essa ordem de ideias, o facto de sermos o 3º do Ranking deveria ser suficiente para ganhar à Costa do Marfim, o que não aconteceu. 

Como balanço final, na nossa perspectiva este Mundial para Queiroz fica marcado pelos casos Deco, Nani, Simão, por uma convocatória recheada de jogadores em baixo de forma, como Simão, P.Ferreira, Miguel, Pepe, Liedson e Deco, por opções técnico-tácticas sem qualquer sentido, como a colocação de Ronaldo na frente num 4-5-1, e mesmo pelo minuto 58 do jogo contra a Espanha em que o seleccionador retira um dos melhores elementos em campo (Hugo Almeida) para fazer entrar alguém que supostamente até se encontrava lesionado (Danny), e por último pela péssima imagem que Portugal transmitiu na maior competição internacional, devido ao mau futebol que apresentou.

PS - Infelizmente hoje a imprensa portuguesa, aliás como o fez durante os últimos dois anos, voltou a dar uma palmadinha nas costas de Queiroz e quando estavam reunidas todas as condições para um ataque forte à posição do professor como seleccionador nacional, optou por promover uma suposta guerra em volta de Ronaldo. 

Que balanço faz deste trajecto de Queiroz ao serviço da selecção?

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